sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz 2012

Olá!

Acordei há pouco, estou tentando decidir a roupa que eu passarei o Reveillon. Vamos para Saarbrücken com um casal de amigos. Estava pensando aqui comigo... no Brasil muitas pessoas passam a virada do ano de branco. Legal! Verao, calor, roupas leves e tal... o branco combina com o clima quente.
Eu também quero passar de branco, mas como? No momento, está 3°C, friozinho, e fiquei pensando quais partes do vestuário eu tenho brancas, para receber o ano novo.

Meias brancas: só de algodao. Nao dá, meus pés congelarao.
Cueca branca: nao uso, para evitar acidentes. Se bem que cores escuras nao evitam, só camuflam.
Ceroula branca: só tenho bege, cor da pele, a mais sexy de todas.
Bermuda branca: nao tenho, mas se tivesse e usasse, morreria de frio. 
Camiseta baixeira branca: é bege também, em conjunto com a ceroula.
Camiseta básica branca: tenho! :)
Pullover branco: nao.
Jaqueta branca: nao.
Sobretudo branco: claro que nao!
Cachecol branco: nao... já imaginaram a podridao dele depois de um inverno inteiro enrolado num pescoco?
Touca branca: nao.
Tênis, sapato, ou bota brancos: também nao. Aliás, bota branca, para homem, nao deve existir... e também nao usaria.

Definitivamente branco, para quem quem mora no hemisfério norte, nao é a cor da virada.

Vou terminar de escolher a minha roupa. Estou atrasado.

Desejo a todos um grande 2012, de muito sucesso, alegria, paz, saúde e muito dinheiro, para que venham me visitar aqui!

Um beijo a todos.
Marcos.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Direitos Humanos

Hallo!

No início de novembro, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyp Erdogan esteve reunido em Berlim com a chanceler-federal alemã, Angela Merkel, durante uma cerimônia festiva pelo aniversário de 50 anos do Acordo de Recrutamento de mão de obra turca, entre Alemanha e Turquia.

O Acordo de Recrutamento é um tratado assinado em 1961 que estimulou a migracao de trabalhadores turcos para a Alemanha. Hoje em dia mais de 2,5 milhões pessoas de origem turca vivem no país, sendo que mais da metade possui nacionalidade alemã.

Entre alguns assuntos debatidos no encontro, sobre saiu-se a cobrança por parte de Erdogan, de apoio à Turquia para a entrada na União Europeia. O país é candidato a Estado-Membro do bloco desde 1999 e as tratativas começaram em 2005. Há ainda algumas questões que a serem resolvidas como o reconhecimento do Chipre pela Turquia, que por isso ainda não ratificou o Protocolo de Ancara, que expandirá os acordos da união aduaneira entre Turquia e UE.

Ainda que não faca parte do bloco, a Turquia mantém vários acordos com a União Europeia desde 1995 por meio da união aduaneira.

Mesmo sendo consideradas boas entre os dois países, as relacoes turco-alemã ainda sofrem dificuldades especialmente no campo social. Uma barreira grande, ainda existente, é a integracao dos antigos migrantes e das geracoes já nascidas na Alemanha. Erdogan criticou que o "setor político alemão não reconhece o suficiente a interdependência entre os três milhões de turcos na Alemanha".

De acordo com Merkel, o fato de 20% da populacao da Alemanha ter origem estrangeira,  faz com que a integracao social seja fundamental para o futuro do país.

Ainda na cerimônia, a chanceler alemã apontou que o aprendizado da língua alemã é de extrema importância para aumentar a integracao. "Aprender e dominar a língua alemã é obrigatório para a integração dar certo".

Em resposta, o primeiro-ministro turco me sai com essa. "Aprender alemão é contra os direitos humanos".

Minha mãe concorda com Erdogan.

Tchüss!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Bairro de cidade alemã gera 20% da energia consumida com luz solar

Vauban, em Freiburg, foi planejado para abrigar imóveis de baixo consumo.
Casas funcionam como miniusinas de geração de energia elétrica.

 

08/11/2011 07h35 - Atualizado em 08/11/2011 07h35

Eduardo Carvalho Do Globo Natureza, em Freiburg - o repórter viajou a convite do governo de Baden-Württemberg

Com casas construídas para reaproveitar a incidência de raios solares para a geração de aquecimento interno e energia elétrica, o bairro de Vauban, em Freiburg, na Alemanha, é considerado um exemplo do que se chama “viver com sustentabilidade”.
Com 2 mil moradias e 5 mil habitantes, a área de 410 mil metros quadrados abrigou uma antiga base militar pertencente à França, no período pós-Segunda Guerra Mundial, desativada três anos após a queda do Muro de Berlim, em 1989.
A necessidade de expansão imobiliária em Freiburg obrigou a prefeitura a utilizar o terreno que ficou vazio após a retirada das tropas. Com isso, surgiu o projeto Vauban, realizado pelo arquiteto Rolf Disch, conhecido internacionalmente, e que previa casas e prédios passivos, ou seja, com baixo consumo de energia elétrica.
O primeiro prédio com 20 apartamentos foi construído entre 1997 e 1998, mas o projeto só foi concluído em 2006, quando foi concluída a construção de 58 imóveis que funcionavam como miniusinas de geração de energia elétrica.
Segundo Hans-Georg Herr, consultor da empresa Freiburg Futour, que trabalha com planejamento urbano, cada imóvel foi construído com camadas de isolamento de 40 centímetros de espessura, além de janelas grandes com três filtros voltadas para a área com maior incidência solar.
“A intenção é que o calor gerado no interior da casa seja reaproveitado”, disse Herr. Ao menos 20% de toda a energia elétrica consumida pelos moradores de Vauban é proveniente de placas solares instaladas pelas moradias do bairro.

Miniusinas
Ainda de acordo com Herr, cada imóvel foi construído para funcionar como uma pequena usina geradora de energia elétrica. Placas de captação de luz solar foram instaladas no telhado e suprem o consumo interno. O excedente é redirecionado para a rede pública.

“Para cada kWh de energia elétrica produzido, o governo paga 0,30 centavos de euro. Esse subsídio é garantido por 30 anos. Durante um ano, esses imóveis produzem o dobro de energia que consomem”, afirma Herr. Mas a preservação do meio ambiente sai cara. Cada imóvel com baixo consumo de energia custa 240 mil euros.



Para os demais imóveis, o metro quadrado em Vauban é 2.400 euros (R$ 5.768), enquanto que nas demais regiões de Freiburg o custo do metro quadrado é 1.700 euros (R$ 4.086).

Zona de tranquilidade
Para evitar a circulação de automóveis pelas ruas do bairro, foram construídos bolsões de estacionamento nas principais vias para automóveis de moradores e de visitantes. Estimativa da Freiburg Futour é que existam 220 vagas para cada 1.000 moradores.



O uso de bicicletas é aconselhado e há ciclovias cortando praticamente todas as ruas, juntamente com os "trams", bondes que funcionam como uma espécie de metrô de superfície.
Além disso, a reciclagem do lixo no bairro segue o padrão de Freiburg, que recicla 67,5% dos resíduos sólidos. Contêineres estão espalhados pela região para coletar material eletrônico, além de plástico, vidro, lixo orgânico e metais.
A tranquilidade do bairro chamou a atenção de Günther Schülli, que saiu da região central de Freiburg para que o filho pudesse crescer com qualidade de vida.
"Quando o bairro começou a ser construído, meu filho tinha 4 anos. Quando morava mais para o centro eu tinha uma vida anônima. Mas agora, estou num lugar onde todos se conhecem", disse Schülli. Segundo o morador, a forma como o bairro foi criado é importante para o futuro do planeta, pois tem menos impacto no meio ambiente.

Link para a materia aqui.

Vejam as fotos de Vauban tiradas por mim aqui.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Reposta do site G1 para mim

Copiado da minha caixa de email para o blog.

Fale Conosco do G1 faleconoscog1@globo.com 14:06 (2 horas atrás) para mim
       
Prezado leitor,

Obrigado pela participação!

De fato, a idade de 550 anos é da Universidade de Freiburg, não da cidade. A informação foi retirada do texto.  Em 1120, Freiburg foi elevada à categoria de cidade e feira. As primeiras ocupações no local são ainda mais antigas. 

Atenciosamente,
G1 - O Portal de Notícias da Globo


Eu já tinha mencionado sobre quando Freiburg passou a ter o status de "cidade" ao final da reportagem publicada no post anterior.

Cidade que se rebelou contra energia nuclear é modelo na Alemanha

Freiburg é considerada a 'capital da proteção do clima' no país.
Hoje, 10% da energia elétrica do município vem de fontes renováveis.

 

07/11/2011 15h13 - Atualizado em 07/11/2011 15h13

Eduardo Carvalho Do Globo Natureza, em Freiburg - o repórter viajou a convite do governo de Baden-Württemberg

Considerada a capital da proteção do clima na Alemanha, Freiburg, município com 220 mil habitantes do estado de Baden-Württemberg, é um dos símbolos da luta da população contra a implantação de usinas nucleares e de incentivo ao desenvolvimento de tecnologias limpas.
Na década de 1970, os moradores da cidade de 550 anos* perceberam que a instalação de um complexo atômico poderia ser um risco à economia local, voltada principalmente para a agricultura.
“O governo justificava que se nada fosse feito, haveria o risco de ‘apagão’. Para que o projeto de instalação da usina não fosse adiante, estudantes e moradores acamparam durante três anos no terreno onde seria construído o complexo, enquanto especialistas e professores das universidades instaladas aqui buscaram argumentos científicos para contestar a instalação da usina”, conta Stefan Adler, gerente executivo do Centro de Energias Renováveis da Universidade de Freiburg.
Segundo Adler, foi provado que não havia necessidade da implantação da usina. Tal fato coincidiu com a instalação de institutos de pesquisas, como o Fraunhofer, que passou a desenvolver tecnologias de geração de energia limpa, com recursos como a luz solar, já que a região é uma das mais ensolaradas da Alemanha, com 1.800 horas de sol por ano.
Atualmente, 10% de toda a energia que abastece a cidade é proveniente da energia eólica (cinco turbinas que se movimentam com a força dos ventos e geram 14 GW ao ano), dos 15 mil metros quadrados de placas fotovoltaicas instalados nas residências e nos prédios públicos (que geram 10 GW por ano) e de usinas de biomassa. A meta é chegar a 20% até 2020.

Plano executivo
Segundo Franziska Breyer, diretora do departamento de Meio Ambiente de Freiburg, só foi possível alcançar tais números devido a regulamentação de um plano para proteção climática, criado em 1986 e revisado em 1996.

“Os nossos objetivos são a redução do consumo de energia, o aumento de sua eficiência e a implantação de formas de energias renováveis. Além disso, em 2007 criamos um novo plano que previa reduzir em 40% as emissões de CO2 até 2030 com campanhas educativas, criação de políticas para os transportes e implantação de regras para que as construções fossem mais sustentáveis”, disse Franziska. A meta da cidade é chegar a 2050 com 80%.
Um dos desafios de Freiburg, segundo a prefeitura, foi a implantação de regras para os transportes. O primeiro passo foi proibir a circulação de carros pela região central e dificultar o seu uso, com o aumento das taxas de estacionamento público e implantação de zonas de tranquilidade.
Para que isso funcionasse, foram construídos 410 km de ciclovias (número que será expandido) e foi implantado um sistema de transporte integrado, que possibilita às pessoas circularem por um trecho de 2.850 km do estado de Baden-Württemberg, a partir de Freiburg, utilizando 90 linhas percorridas por trens e ônibus ao custo de 46 euros** por mês.
“Mas há subsídios do governo para que isto ocorra, senão as empresas não teriam lucro. Em 1994, 57,4 milhões de pessoas utilizavam o transporte público. Em 2004, este número saltou para 104,7 milhões, sem contar os 30% da população que utiliza a bicicleta como meio de transporte”, disse a representante da prefeitura.

Ruas do Centro de Freiburg, na Alemanha. Cidade é considerada a capital verde do país devido aos planos de redução nas emissões de CO2 e fomento às tecnologias limpas para geração de energia (Foto: Eduardo Carvalho/Globo Natureza)

Pesquisa
De acordo com Brisa Ortiz, pesquisadora do Instituto Fraunhofer para Sistemas de Energia Solar, a tecnologia fotovoltaica, com placas de silício, disseminada em Freiburg, tem um custo alto de instalação, mas seu custo compensa devido à geração de energia elétrica com o passar do tempo.

Ela afirma que o Brasil, por ter alta incidência de sol durante todo o ano, poderia utilizar mais essas placas em projetos que beneficiariam populações de baixa renda e de localidades distantes, como as comunidades ribeirinhas da Amazônia, que atualmente utilizam geradores movidos a diesel para gerar energia.
“O ideal é que fossem implantadas miniusinas híbridas, que captasse luz solar e ainda gerasse energia de outra forma. Já existem projetos no México, na China e poucos casos no Brasil, por meio do programa ‘Luz para Todos’. Os custos são baixos nesses casos e valem a pena porque substituem o uso do óleo diesel na geração de energia elétrica”, diz Brisa.

* Freiburg foi considerada uma cidade/mercado livre em 1120. Entretanto, há registros de ocupacao da regiao anteriores à essa data. Nao há um ano exato de fundacao da cidade, contudo, sem dúvida, a cidade tem mais de 550 anos como afirma a reportagem.
** O preco da passagem já subiu para 48,50 euros...

Link para a reportagem aqui.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Alemanha quer ter energia limpa equivalente a 14 vezes Belo Monte

Governo alemão vai substituir energia atômica pela solar e de biomassa. Cidadãos podem vender energia produzida nas residências.


03/11/2011 16h57 - Atualizado em 03/11/2011 16h57

Eduardo Carvalho Do Globo Natureza, em Stuttgart - o repórter viajou a convite do governo de Baden-Württemberg
 
A decisão do governo da Alemanha de encerrar a geração de energia proveniente de usinas nucleares e diminuir a quantidade de complexos movidos a carvão, responsáveis por altas emissões de carbono, vai aumentar o emprego das energias renováveis no país, como a solar, eólica e biomassa, que saltarão dos atuais 16% de toda a matriz energética para 80% até 2050, segundo o plano oficial. A potência instalada de fontes renováveis deverá chegar a 163,3 GW.
É como se em quatro décadas a Alemanha construísse o equivalente a mais de 14 usinas com a mesma potência da de Belo Monte, que terá capacidade para produzir 11,2 GWh de energia no Rio Xingu, no Pará.
Entretanto, a falta de espaço territorial na nação mais desenvolvida da Europa (cabem quase 24 Alemanhas dentro do território do Brasil) não permite tal feito e incentiva a criatividade e o desenvolvimento tecnológico.
O assunto se tornou uma das principais bandeiras do país desde o final de maio, quando o governo de Angela Merkel anunciou o encerramento gradativo das atividades de 17 usinas nucleares até 2022. O tema já era discutido há pelo menos uma década, mas a decisão a respeito foi acelerada após o acidente nuclear ocorrido em Fukushima, no Japão.
Com isso, nos próximos anos, a tecnologia nuclear deixará de produzir 23% da energia elétrica utilizada para abastecimento da indústria e das moradias dos seus 81,7 milhões de habitantes.

À esquerda, exemplos de turbinas de energia eólica que funcionam em regiões da Alemanha; à direita, casas sustentáveis que são abastecidas com luz solar em bairro de Freiburg. Plano da Alemanha é aumentar para 80% da matriz energética até 2050 o uso de tecnologias limpas (Foto: Eduardo Carvalho/Globo Natureza)

Iniciativa
Para substituir a perda, o governo criou um plano determinando que 80% da matriz energética do país seja abastecida por meios renováveis até 2050 e, ao mesmo tempo, criou regras para a reduzir o consumo do país com a aplicação de melhorias na eficiência energética.

Tais tecnologias, que emitem menos gases causadores do efeito estufa, são recomendadas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), no intuito de reduzir as emissões de carbono proveniente de usinas de carvão.
Segundo dados da Associação Alemã das Indústrias de Água e Energia (BDEW), até 2010 as energias renováveis provenientes do vento, da reutilização de materiais (biomassa), da água e do sol eram responsáveis por 16% da geração de energia elétrica no país.
O aumento deve ocorrer de forma gradativa com a ajuda de regras como a que determina a implantação de placas solares em residências novas para que a luz solar gere 15% do aquecimento interno da casa, além da água quente consumida.
"Estamos abandonando a energia atômica em todo o país, mas estamos implantando um sistema que denominamos de 'tarifa ecológica', que recompensa pessoas que estão consumindo sua própria energia com meios limpos. O excedente alimenta a rede elétrica, sendo descontado do custo que a pessoa teria que pagar pelo consumo ou mesmo recebendo a quantia em dinheiro ao longo dos anos", explica a pesquisadora Ursula Eicker, da Universidade de Ciências Aplicadas de Stuttgart.



Desenvolvimento
O aproveitamento desses recursos tornou-se prioridade para empresas, instituições de pesquisa e governos estaduais, como o de Baden-Württemberg, no sudoeste alemão.

Com uma população de 11 milhões de habitantes e alta concentração de indústrias – abriga as sedes mundiais de companhias como a Daimler (Mercedes-Benz), Porsche, Bosch, entre outras -, 40% da energia que abastece a região provém da matriz nuclear, segundo Theresia Bauer, ministra de Ciência, Pesquisa e Arte de Baden-Württemberg.
Por conta disso, há um movimento de desenvolvimento de novos produtos voltados à melhoria da eficiência energética que serão utilizados no país e, posteriormente, exportados para outras regiões, como o Brasil.
“Queremos ocupar uma posição de liderança neste contexto, desenvolvendo tecnologias em relação à energia eólica, fotovoltaica e biomassa”, disse a ministra.
De acordo com Theresia, instituições de pesquisa instaladas no estado, e que contam com robustos orçamentos anuais que estão em torno de 1 bilhão de euros, trabalham para desenvolver novos materiais para melhorar o aproveitamento da luz solar na geração de luz elétrica ou aquecimento de residências, com o intuito de baratear essa tecnologia, além de pesquisar formas de construção mais leves para imóveis ou veículos e na criação de produtos e técnicas voltadas para a energia eólica e biomassa.
Entretanto, a ministra ressalta que estudos voltados para o armazenamento destas energias são os que recebem maior atenção. “Acreditamos que esta é uma questão central para o uso de energias renováveis na produção de energia elétrica, justamente devido à falta de continuidade na geração quando não há raios solares suficientes ou ventos para movimentar as turbinas. Uma grande parte dos investimentos está voltada para esta área”, afirma.

A ministra de Baden-Württemberg,
Therezia Bauer (Foto: Eduardo
Carvalho/Globo Natureza)
Energia nuclear no Brasil
Os planos da Alemanha de eliminar a energia atômica de seu país também poderiam respingar no Brasil?

A empresa estatal Eletronuclear e a companhia alemã Siemens são responsáveis por construir o complexo nuclear de Angra 3, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, previsto para ser finalizado até 2015 e que custará R$ 6,1 bilhões.
O Ministério de Minas e Energia do Brasil pretende ainda implantar quatro novos complexos atômicos, sendo dois no Nordeste e mais dois no Sudeste.
A obra no litoral fluminense é criticada por ambientalistas brasileiros e alemães, mas, segundo a ministra de Baden-Württemberg, o contrato firmado entre a Siemens e o governo do Brasil será honrado.
“Nossos contratos serão cumpridos. Agora, o que é errado é abandonarmos a energia atômica no nosso país e continuar com sua exportação para outras regiões. Se acreditamos que não é uma tecnologia sustentável, a tendência é que essa exportação não seja continuada”, diz Theresia Bauer.
Ela complementa ainda que os aspectos de segurança e de tratamento de resíduos ainda serão temas pesquisados e discutidos na Alemanha por muito tempo. “Vamos lidar com os aspectos de segurança deste tema por muito tempo, além da situação dos depósitos de resíduos. Essas questões são importantes para a nossa sociedade”, disse.

Link para a matéria aqui.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Aprendendo a Dançar

Oi!

Ganhei de presente de aniversário, além de outras coisas, um curso de danca. A Bettina deve ter se dado conta que, se dependesse de mim, esse curso nunca seria realizado, apesar de eu sempre dizer que iríamos fazer. Inteligente ela... pagou o curso e o me disse, "Domingo, dia 1° de outubro, às 20:30h comeca".
Sem volta...

Entao, domingo passado, no horário marcada estávamos na "academia de danca".
Ela empolgada. Eu com cara de poucos, digo, pouquíssimos amigos.
No camino para lá eu fui dizendo "Bettina, se me vierem com Rap e Hip Hop, nem me viu. Eu saio no meio da aula. Nao quero aprender a dancar essas coisas."

Bah... eu sou chato! Chato é pouco. Eu sou muito chato. Eu sei...
Nao sei o real motivo da minha carranca e mau humor... acho que era porque eu estava cansado. Tínhamos ido no sábado para Hagen e voltado no domingo, mais de onze horas de viagem e eu estava com dor nas costas. Juro que eu tentei mentalizar que seria legal, divertido e tal... eu até acho legal dancar. Nao, na verdade eu acho legal ver uma pessoa que saiba dancar, mas enfim, eu queria aprender a dancar, mas sei lá, eu estava com espírto de porco. Ainda, para completar, tinha um monte de gente no curso. Pô... eu sou mais duro que uma tábua, até boneco de posto de gasolina danca melhor do que eu e o curso lotado.

E o suor escorria pelo meu rosto...

Comeca o curso e o professor nos diz que iremos aprender a dancar valsa.
Legal! Pô, valsa é legal, nao é?
Beleza! Depois das instrucoes dele, a música comeca a tocar...
Tá! Mas peraí! Qual pé vai primeiro? Direito? Tá, tá! Direito! Certo... vamos lá! Um, dois e....
DI-REEEI-TO!!!! Diz a Bettina!
Poutz! Desculpa! Me confundi! Tô nervoso, pô! Vamos de novo...
Um, dois e...
Comecamos a dancar! 
Eu fazendo um esforco descomunal para nao errar, prestando atencao na música, lembrando dos passos, olhando para os meus pés, cuidando para nao pisar nos pés da Bettina.
Quando eu olho para ela, ela faz uma careta! Fica vesga e bota a língua para fora.
Eu nao ri. Nem sorri. Eu estava muito concentrado, quase em transe. Nada me faria desviar a minha atencao da música, do ritmo, nada. Ainda por cima, fiquei mais puto.
Sacanagem, né?!?! É difícil para a criatura entender que eu tenho dificuldade para dancar? Que para mim nao é mamao com acucar? Que eu preciso me concentrar, prestar atencao...
 Pedi que parasse com aquilo e que nao me fizesse rir, pois eu erraria os passos e nao conseguiria dancar.

Para a música. Entram dois garcons na sala e dizem que no intervalo haverá coquetéis. Perguntaram quem queria o coquetél com álcool. A Bettina levantou a mao. Meu humor desceu mais um nível.
Eu pedi o sem álcool, era o que me restava.
Vem o intervalo e vamos ao bar pegar os coquetéis. Tinha que pagar... sim, pensei que fosse de graca. Claro! Como "boas vindas" ou algo do tipo. Nao, nao, tinha que pagar. E a minha tromba cresceu mais um pouco.

Pegamos as bebidas e a Bettina veio com aquele papo que eu estava muito sério que eu tinha que relaxar.
Como é que é? Relaxar???
Ela nao sabe o esforco que eu estava fazendo... tentei explicar, que era difícil para mim, que eu preciso me concentrar e ouvir a música, ter o ritmo na minha cabeca e cuidar dos pés e, que se eu ainda tivesse que sorrir, se eu tivesse que fazer tudo isso no primeiro dia de curso, era pedir demais para mim.
Ela nao gostou. Ficou de tromba também!

Os dois "elefantes" voltaram para dentro da sala.
Vem o professor e diz que agora vamos dancar disco fox.
"Hein?!?!"
E ele comeca a dancar e falar "Eins, zwei, tip. Eins, zwei, tip." no ritmo dos passos...
E pede que a gente repita.
"Vamos lá, esse é barbada!" Pensei.

"Eins, zwei, tip. Eins, zwei, tip."
"Moleza! Toca a música aí que eu quero dancar!"
E vem a música... e eu me perco. E vou de novo, e me perco de novo. Mais uma vez e?
Acerto! Mas claro! Sou bom nisso!
"Eins, zwei, tip. Eins, zwei, tip."

Sempre sem sorrir nem rir, muito concentrado, como se fosse bater um pênalti na final da Copa do Mundo. Nao vejo nada nem ninguém, nao ouco nada além da música e só presto atencao no ritmo.

Acabou a primeira aula. Nao me diverti. Nao consegui. Meu norvosismo, meu excesso de preciosidade para tentar fazer tudo certo, além da minha falta de coordenacao motora para dancar e sorrir ao mesmo tempo nao permitiram que nem eu nem a Bettina tivéssemos uma primeira aula agradável.

Mala total, né?!?! Que tristeza...

Mas veio a segunda aula, há algumas horas atrás.
Tchê lôco, tô virado num pé de valsa!
Nos divertimos muito, rimos muito e dancamos muito. Se estava certo, sei lá! Perguntem para o professor. Tô nem aí!

Hoje, na primeira parte do curso aprendemos a dancar o que, o que, o que??
Cha-cha-cha!!!
Hahahahaha
Alguém imagina eu dancando Cha-cha-cha??
Pois é... mas dancei!
O cara tocou a música e me senti no Caribe. Pude ver o Che Guevara fumando um charuto abracado ao Fidel Castro vestindo um abrigo da Adidas e de fundo um bandeirao de Cuba.

A música comecou e o professor comecou "Eins, zwei, cha-cha-cha. Eins, zwei, cha-cha-cha." e dancava...

Daí veio a nossa vez. Comececamos a dancar e eu a ditar o ritmo da música "Eins, zwei, cha-cha-cha. Eins, zwei, cha-cha-cha." em voz alta.

Sorrindo!

Rindo! Morrendo de rir!

E a Bettina me olhando de canto de olho, meio que sorrindo, meio que desconfiada.

A música parou!
Os garcons entram de novo na sala para pegarem os pedidos.
Oba! Coquetél!!!! E o sorrisao no rosto.
A Bettina olha bem séria para mim e larga "Es geht Dir gut?"
"Mas claro!", respondi. Afinal, por que eu nao estaria me sentindo bem, né?
Volta a música e eu recomeco no meu "Eins, zwei, cha-cha-cha. Eins, zwei, cha-cha-cha."
E pego, agarro, empurro, puxo, invento passo que nao existe e ainda digo "Viu, viu?!?! Tô bom nisso!"
No cha-cha-cha eu dava aquela reboladinha: esquerda, direita, esquerda e seguia.

Vem o intervalo, bebemos os coquetéis e voltamos. 

"Agora, vamos aprender Rumba." diz o professor.
Era noite cubana! 

"Eins, zwei, pause. Eins, zwei pause. Eins, zwei, pause." dizia o instrutor enquanto dancava. 

"Vem, vem, vem! Vamos dancar. Eins, zwei pause. Eins, zwei pause." 
"Mas calma, o professor nao acabou de explicar.", disse o meu par.
"Nao quero saber, quero dancar. Vem!"

E comecei a ditar o ritmo em voz alta de novo "Eins, zwei pause. Eins, zwei pause." e a dancar.

"Dá pra tu parar de falar em voz alta?" Disse ela.

"Pô, mas é tri, curte só. Eins, zwei pause. Eins, zwei pause."
"Eu sei que é eins, zwei pause, eins, zwei pause, mas tu nao precisa ficar falando em voz alta. Tu passou uma hora inteira falando eins, zwei, cha-cha-cha, eins, zwei, cha-cha-cha no meu ouvido e agora tu quer passar mais uma hora inteira falando eins, zwei, pause, eins, zwei, pause?"
"Ok! Vou falar em pensamento, só para mim, mas eu tenho que ficar fazendo isso, senao nao consigo dancar." Disse conformado, com uma cara de cachorro que caiu do caminhao da mudanca.

E fomos assim até o final da aula. Eu ditando para mim mesmo o ritmo da música, em pensamento e sempre sorrindo.
Nos divertimos muito e estou até agora, com o "eins, zwei, cha-cha-cha, eins, zwei, cha-cha-cha" retumbando na minha cabeca.

Já quero que chegue domingo de novo.
Fui!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Nós Somos Papa

WIR SIND PAPST ou NÓS SOMOS PAPA

É com esse slogan que a cidade de Freiburg receberá o Papa Bento XVI amanha.
No momento que escrevo, acompanho a visita de Joseph Ratzinger à catedral de Erfurt (belíssima, já a visitei), ao vivo, pela TV. Uma monotonia que só perde para uma partida de golfe...

A cidade está pronta para recebê-lo. Todo esquema de seguranca montado, a cidade dividida em zonas de seguranca, placas de sinalizacao em cima das calcadas da cidade e nos canteiros das estradas que circundam Freiburg, prontas para serem posicionadas a partir de hoje à noite para orientar os moradores e visitantes que chegarao à cidade.

As pessoas que vivem nas casas ou apartamentos de frente para as ruas pelas quais o Papa transitará, estao proibidos de abrirem suas janelas durante o fim de semana. Em algumas zonas, será permitido o acesso somente a moradores, desde que os mesmos comprovem, através da carteira de identidade (consta o endereco no documento) que moram em tal bairro. No meu caso, se eu for solicitado a provar que moro aqui, como nao tenho uma carteira de identidade alema, comprovarei através do meu passaporte e da cópia do registro de morador da cidade expedido pela prefeitura.

Nao conseguimos alugar (sublocar) o nosso apartamento no "mercado negro". Na verdade, nem tentamos.  Nossa moradia está localizada em uma zona de seguranca na qual apenas moradores serao permitidos circular no final de semana, a pé. Bicicletas e carros estao proibidos. Logo, visitantes que alugassem nosso apartamento, ao serem parados nas barreiras de seguranca, nao conseguiriam provar que estao hospedados aqui, durante o final de semana, pois nao teriam um contrato de aluguél.

Ainda, nao notei um aumento no movimento de pessoas na cidade. De repente, chegarao durante essa noite, de ônibus, de trem, de carro... mas até agora, tudo calmo, como sempre.

Amanha o Papa visitará a catedral de Freiburg e se encontrará com o ex chanceler alemao, Helmut Kohl.
No domingo, ele realizará uma missa campal, depois almocará com o bispo de Freiburg e mais tarde irá ao Konzerthaus para dar um discurso.

O local onde o Papa realizará a missa já está pronto desde a semana passada. Fui à uma feira lá perto, no último domingo e, de longe, conseguimos ver o "palco" todo montado e alguns prédios e tendas de apoio ao lado. Mais de 100 mil pessoas já confirmaram presenca na missa através do site (é preciso inscrever-se pela da internet).

Acordaremos cedo no domingo e iremos caminhando em direcao ao local onde a missa será realizada. Iremos por curiosidade... para ver as pessoas, para ver o movimento e, no meu caso, para tentar entender um pouco mais essa devoção, crença, amor em Deus. Quero observar as pessoas. Nao entraremos no local onde será a missa, pois nao nos inscrevemos no site. Aliás, nao sabemos se poderemos chegar até lá. De repente nao poderemos ultrapassar uma certa zona, somente com o comprovante que nos inscrevemos para assistirmos o sermao. Nesse caso, iremos até onde der e depois voltamos...

Curiosidade: as pessoas que quiserem sair para passear com os seus caes e gatos, terao que ligar para a polícia primeiro, identificar-se, fornecer o endereço de moradia e informar o percurso que realizarao. Conseguem imaginar?

Alô, seu puliça?!? Aqui é o Wilhelm Burlschenbusch. Moro na Eschholzstraße 78, esquina com a Lehener Straße. Estou saindo para levar o Kaiser, meu cachorro, para fazer cocô. 
Caminharemos pela Lehener Straße, depois viraremos à esquerda na Fehrenbachstraße. Seguiremos até a Engelbergerstraße quando dobraremos à esquerda, novamente, até a Eschholzstraße, pela qual seguiremos até em casa. Anotou? Podemos ir já?!?! Meu cachorro está apertado...

Doido, nao?!?! Pela quantidade de cachorros que vivem em apartamentos em Freiburg, a polícia terá que ter um expediente extra na central telefônica do departamento.

Tschüss!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ainda Mamae

Olá!

Minha mae voltou para o Brasil semana passada "na hora certa". O frio está chegando de mansinho, como quem nao quer nada, e já está derrubando a temperatura para menos de 10°C durante a noite. Se bem que eu acho que ela deve enfrentar ainda alguns dias de baixa temperatura em Porto Alegre antes do calor chegar.

Deixo aqui o álbum atualizado com mais algumas fotos do período que minha mae passou na Alemanha.

Volto em breve para contar como foram meus últimos dias em Rodes, na Grécia, em junho passado, e postar mais algumas fotos daquela beleza!

Tschüss!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Auf Wiedersehen, Mama!

Agosto e setembro de 2011














Depois de conhecer Freiburg, Konstanz, Füssen, München, Heidelberg, Basel, Staufen e Titisee, minha mae voltou ontem à noite para Porto Alegre. Foi ótimo ter a minha mae perto de mim, por mais que o tempo tenha passado rápido. Só esse negócio de despedidas em aeroportos é que me mata... e parece, agora, que a saudade aumentou mais ainda, por mais que ela tenha ido embora somente há um dia.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Papa Bento XVI vem a Freiburg

Vou ver o Papa! Nos dias 25 e 26 de setembro, Joseph Ratzinger, o Papa Bento XVI, estará aqui em Freiburg. Há mais de três meses a cidade está toda "enfeitada" com cartazes com fotos do Chefe de Estado do Vaticano anunciando a sua vinda. Essa visita faz parte da "turnê" pela Alemanha.

A previsao é que Freiburg receba 100 mil visitantes nesses dois dias. Detalhe: a cidade tem menos de 200 mil habitantes.

É possível increvermos o apartamento junto à igreja daqui para hospedar os visitantes. A igreja paga 200 dólares por noite. No "mercado negro" a diária chega a 800 dólares por noite.
Ainda, os visitantes, que pretendem vir a Freiburg, sao obrigados a se cadastrarem num site e terao seus dados confrontados nas barreiras de seguranca, antes de entrarem na cidade.

Deixo aqui o site, em alemao, sobre a viagem do Papa pela Alemanha. Vale o acesso por curiosidade...

terça-feira, 30 de agosto de 2011

O "Leao" Alemao pega até as Prostitutas

Prostitutas de cidade alemã devem pagar imposto diário em caixa automático

Do UOL
30/08/2011 - 08h03

As prostitutas que trabalham nas ruas da cidade alemã de Bonn, no oeste do país, devem pagar a partir desta semana imposto diário noturno para trabalhar.

A tarifa de €6 deve ser paga em um caixa automático das 20h15 até as 6h, semelhante a um parquímetro para automóveis, informa nesta terça-feira o jornal alemão "Bild".

Modelo de caixa eletrônico no qual as prostitutas de Bonn, na Alemanha, devem pagar a partir desta semana imposto diário noturno para trabalhar
Modelo de caixa eletrônico que deverá ser usa
Se a "profissional" não apresentar o recibo emitido pela máquina poderá ter que pagar multa de até € 100.

Com essa medida, a cidade de Bonn pretende arrecadar de prostitutas que trabalham na rua os  mesmos impostos já pagos pelas que atuam em bordéis controlados e legalizados, informou um porta-voz municipal.

A iniciativa pioneira na Alemanha é baseada na chamada "lei do imposto sexual" da Prefeitura de Bonn, que entrou em vigor neste ano. Essa norma deve trazer aos cofres municipais receita suplementar de € 300 mil anuais.

Os fiscais municipais se encarregarão de verificar se as prostitutas de rua compraram o ticket no caixa automático antes de começar a oferecer seus serviços e poderão multá-las caso não apresentem recibo.

O único caixa automático para pagamento do imposto por prestação de serviços sexuais fica em Immenburgstrasse, ao lado de um sex shop e de um estacionamento público, e possui seis cabines de madeira que poderão ser ocupadas pelas prostitutas.

Se a moda pega no Brasil...

sábado, 27 de agosto de 2011

A Vez da Mamae

Olá!

Minha mae chegou na Alemanha no dia 14 de agosto. Eu e a Bettina à buscamos em Frankfurt, quando voltamos do casamento do irmao dela, em Hagen.

Bom, muito bom poder vê-la e matar a saudade. Andamos de maos dadas na rua, sempre que saímos. :))

No aniversário da mae, eu a Bettina fomos ao apartamento que ela está hospedada para tomarmos café da manha com ela, pois a Bettina nao poderia sair para jantar, pois tinha que trabalhar. Levamos croissants, pao preto, flores, e um vale compra de uma loja de produtos de beleza. Como eu estava de folga naquele dia, passamos o tempo inteiro indo às lojas, vendo roupas e experimentando tênis e sapatos e procurando cosméticos. No fim do dia, o Gustavo e a Catarine nos encontraram para jantarmos juntos.

Levei a mae a Staufen já. Passamos poucas horas lá. Cidade pequena, nao tem muito para ver além do castelo. Nao subimos lá, pois estava muito calor. Sentamos num restaurante de um hotel e comemos um Schnitzel.

Final de semana passado, no sábado, fomos a Basel. Acredito que a mae tenha gostado. Visitamos alguns lugares e eu e o Gustavo tomamos banho no rio Reno, limpíssimo.
Ainda, no domingo, passeamos pela beira do rio Dreisam, aqui em Freiburg, e aproveitamos para tomarmos outro banho.

Em alguns minutos iremos para Füssen, visitar o famoso castelo de Neuschwanstein, na Bavária, ex moradia de Ludwig II, contruído no século XIX e que serviu de inspiracao para a Disney construir o castelo da "Bela Adormecida".

Conto mais sobre o castelo quando voltarmos.

Deixo aqui algumas fotos desde que a mae chegou.

Até mais!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Gustavo e Catarine também vêm para Freiburg

Depois do Martim vir passar dois meses comigo, no inverno, agora é a vez do Gustavo e da Catarine. Dois dias depois de eu e a Bettina voltarmos de Londres, fui até a estacao central de ônibus aqui da cidade receber o meu primo e a sua namorada, após aterrisarem em Basel, vindos da capital inglesa. Decidiram trocar a inquieta cidade onde mora a rainha pelo sossêgo de Freiburg e ficar aqui os noventa dias que o país lhes concede.

Depois deles ficarem alguns dias hospedados em hotéis, achamos uma casa nota dez para eles passarem esses três meses.

Pelo o que ouco deles, estao curtindo bastante a cidade, e eu, a presenca deles aqui. :))

Vamos comprar uma grelha essa semana para assarmos uma "carne gorda" no domingo e ouvirmos o Gre-Nal.

De volta da Terra da Rainha

Ooooopa!

Depois de mais de três semanas ausente arrumei um tempo para escrever.

Bom, como falei no post anterior, fomos passar o meu aniversário em Londres. Me senti no Brasil....
Tirando o mar de gente pelas ruas, tudo muito bom, inclusive o tempo, com céu azul.

O Gustavo e a Catarine ficaram conosco o tempo todo, passeamos bastante, inclusive pegamos um daqueles ônibus que faz um tour pela cidade. Fomos sentandos no segundo andar, aberto, pegando vento na cara e nos divertindo, coisa que há 15 anos atrás eu nao tinha feito.

De novo, para mim, foi a London Eye, que em 1996 nao existia e o passeio a Greenwhich, especial, quando pegamos um barco e navegamos pelo Tâmisa até lá, onde eu nao havia estado. Também, a estacao de King's Cross, terminal central ferroviário de Londres, inagurado em 1852 e a St. Pancras, terminal de trem internacional e do Eurostar. Os dois terminais sao praticamente grudados um ao outro e no "subsolo", seis linhas de metrô se cruzam, o que faz da estacao de King's Cross/St. Pancras o maior ponto conexao da capital.

Agora com mais interesse, comprei um livro sobre a London Tower, prédio mais aintigo de Londres, ao lado da Tower Bridge.

Ainda, Candem Town é um show a parte. Os mercados, as feiras e as lojas sao incríveis, com tudo o que é tipo de roupa e comida, para todos os gostos. O Stable Market, onde era um antigo estábulo e hospital para cavalos, é o maior deles. Perde-se um dia inteiro lá, com a maior facilidade.
 No mais, a Torre do Relógio onde o Big Ben badala continua dourada, assim como o Parlamento, a estátua do Churchill ganhou um sistema que nao permite que os pássaros pousem nela (eles levam choque!), a Abadia de Westminster continua linda, há um contador digital gigante para a contagem regressiva para as Olimpíadas na Trafalgar Square e as placas de publicidade da Piccadilly Circus estavam em manutencao e nao as vi iluminadas à noite. A troca da guarda continua diária, claro, transtornando a vida dos motoristas desavisados que ousam querer passar perto do St. James Park por volta das 11h da manha.

Nao fui ao British Museum, infelizmente. Ainda vou fazer uma viagem para Londres apenas para passar os meus dias inteiros lá dentro e só sairei para ir para o hotel para dormir. No ouro dia de manha, estarei lá de novo e assim serao os meus dias.


As fotos estao aqui aí do lado direito da página, no link apropriado.

sábado, 30 de julho de 2011

Aniversário em Londres

Olá!

Estamos indo para Londres, amanha de manha cedo, comemorar meus trinta e poucos anos com o meu primo Gustavo e com a Catarine. Vamos a Basel, de novo, e de lá voaremos para a capital inglesa.

Estou ansioso, pois há mais de um ano nao os vejo. Vai ser bom reencontrar alguém da minha família e, principalmente, amigos.

Essa ida a Londres me faz lembrar uma história, em 1996, quando eu e meu primo Daniel, irmao do Gustavo, viajamos para a Inglaterra.

Por uma situacao particular e que nao vem ao caso, meu o Dani e eu nos tornamos muito íntimos da Rainha.
Mantemos contato até hoje (por carta, pois a monarca nao é adepta ao computador).
Mês passado escrevi algumas linhas me desculpando por nao poder ir visitá-la nessa minha visita a Londres, pois darei preferência à companhia do meu primo e da namorada dele. Ela retribui a mensagem com compreensao, claro, me desejou felicidades e disse que me esperaria no Natal. Ela é muito gentil.

Pois bem, deixa eu contar.
Costumávamos sair seguido para jogar sinuca. A Rainha sempre ficava sentada, rodeada de segurancas, com um pint de Guinness na mao e observando o Dani, encantada com a classe e habilidade do meu primo. Nao foi uma nem duas vezes que a vi pedindo para que os segurancas nao ficassem tao próximos dela, que se afastassem, pois muito pertos dela eles tapavam a sua visao e nao era possível para ela ver as tacadas dele.

Lembro também de uma vez (uma entre tantas) que ela se excedeu na cerveja. Na hora de voltar para o Palácio, ela escolheu ir a pé, pois nao queria entrar no carro com medo de ficar mais enjoada. Os segurancas estavam desesperados, pois a velhinha nao se aguentava em pé e todos eles estavam constrangidos em abraca-la, tocá-la e o Daniel, sem cerimônia alguma, agarrou a monarca pela cintura e, a puxando contra o seu corpo falou "Vem cá, vó! Te abraca em mim e vamos voltar caminhando juntos até Buckingham. Levarei a senhora até o portao".
Saíram os dois abracados cantando "God Save The Queen" pelas ruas de Londres e um mar de segurancas (inclusive eu) atrás deles, enlouquecidos e sem saber o que fazer. Os fotógrafos, se refestelando!
Quando a Rainha e o Dani chegaram em frente ao portao do Palácio, o Filipinho estava lá, só de chambre e chinelo, esperando para recebê-la. "De novo, Bebel??", disse ele.

No fim o príncipe nos convidou para tomarmos uma chá no palácio depois que a rainha se recuperasse, como agradecimento. Mas essa é uma outra história...

No outro dia só dava o Dani e a véia nos jornais.

PLEBEU AJUDA RAINHA APÓS NOITADA
 

DESCONHECIDO SOCORRE RAINHA APÓS FESTA EM BAR.
 

PRÍNCIPE PHILIP AGRADECE DESCONHECIDO POR TRAZER RAINHA DE VOLTA PARA CASA.
 

RAINHA BEBE TODAS E PLEBEU PAGA A CONTA

Nao lembro de todas as manchetes.... uma pena.

Deixo aqui umas fotos tiradas na primavera de Freiburg

É isso gente!
Quando eu voltar, continuo com os posts sobre a Grécia!

Beijos,
Marcos.


segunda-feira, 25 de julho de 2011

Viagem a Rodes, Grécia - Parte V

Olá!

Bom, agora que conheceram um pouco mais da história da ilha, vou contar como foram esses oito dias lá.

1° dia - Saída de Freiburg e Chegada a Rodes - Saímos de Freiburg rumo ao EuroAirport, metade dele construído em Basel, na Suíca, e a outra metade em Mulhouse, na Franca, de ônibus. Há uma empresa que tem um servico de transporte direto da estacao central de ônibus daqui da cidade para o aeroporto. Em menos de uma hora estávamos lá. Chegamos duas horas e meia antes do vôo, despachamos a mala e ficamos passeando pelo prédio. Voaríamos de Air Berlin, considerada, no ano passado, a companhia mais segura do mundo. De bobeira lá, fotografei um aviao com uma mosca gigante desenhada na parte da frente da aeronave e com a palavra "Niki" na cauda e fiquei me perguntando que companhia que escolhera uma mosca, como "símbolo" e ainda acrescentei "Ainda bem que vamos de Air Berlin. Eu nao viajaria numa companhia que ostenta um inseto como marca. Por que um inseto, uma mosca, que é chata e frágil? Por que nao uma ave de rapina ou um pelicano, um ganso ou até um pato?" (puro preconceito meu, claro!). Rá! Dito e feito... tive que embarcar naquele aviao. Já acomodado no meu assento, peguei o encarte que dita as normas de seguranca de vôo e mais uma revista da companhia aérea e percebi que a mesma pertence ao ex campeao mundial de F1, Niki Lauda e que ela e a Air Berlin sao "parceiras".

Vista aérea de uma das ilhas do Dodecaneso
A viagem foi tranquila, fui sentado na janela. Sobrevoamos Sarajevo e Thessaloniki (o maior porto da Grécia) até comecarmos a sobrevoar as ilhas do Dodecaneso. Tentei fazer umas fotos das ilhas. Tenho certeza que eu nao consegui reproduzir na câmera digital a beleza que eu vi. A olho nu, é mil vezes mais bonito, mesmo lá do alto.

Depois de 2h e 40 minutos de viagem, chegamos em Rodes, com mais uma hora de diferenca no fuso horário em relacao à Alemanha. O aeroporto é bem pequeno, bem simples. Placas e sinais escritos em grego e em inglês. Nos dirigimos ao guichê da agência de turismo para pegarmos o papel com a reserva do hotel. Feito isso fomos para o ônibus da agência que nos levaria ao hotel.

O ônibus foi parando de hotel em hotel, largando os passageiros (o vôo estava cheio!) e durante o trajeto deu para ver um pouco da cidade de Rodes, os letreiros de lojas, restaurantes e anúncios do comércio escritos em grego (hoje eu entendo perfeitamente a frase "Para mim, isso é grego!") e levamos uma meia hora até chegarmos no nosso destino, em Kalithéa, na costa leste da ilha, uns 10km distante da cidade de Rodes.
Ainda havia sol depois que nos instalamos em nosso quarto. Nada de especial, simples, mas com um bom chuveiro e cama. A mobília do banheiro era velha e a do quarto nova, com um frigobar vazio. Tínhamos uma aérea com uma mesa e duas cadeiras que dava para o gramado do hotel.

Trocamos de roupa e saímos correndo para vermos o mar e dar um mergulho. Achamos um caminho que levava para a "praia". Era uma enseada com muitas pedras na beira e com a água bem clarinha. Sem chances de tomar banho ali. Ainda assim, molhei meus pés, ao menos. Voltamos para o hotel pouco tempo depois para jantarmos.

A comida era muito ruim, ruim mesmo. Deixa eu explicar (e depois voltarei a esse assunto): tivemos que fazer a reserva com café da manha e janta. A opcao era "meia-pensao", café e janta, ou "tudo incluso", café da manha, almoco, "petiscos" e drinks no bar da piscina e janta. Nao tínhamos a opcao de pagarmos apenas o café da manha. Comemos e fomos num minimercado para comprarmos alguma coisa para beber durante a noite, pois como eu disse, o frigobar estava vazio. Depois disso, ficamos no quarto, lendo o guia que compramos para decidirmos o que faríamos no segundo dia. Escolhemos ir para a praia de Faliráki passar o dia inteiro rolando na areia de um lado para o outro, sem fazermos nada, feito focas gordas, apenas curtindo a praia e o sol. Dormimos.

2° Dia - Praia de Faliráki - Acordamos cedo, tomamos café da manha, horrível, por sinal, mas já esperávamos por isso, pelo que tínhamos visto da janta no dia anterior. Consultamos o horário do ônibus que nos levaria para Faliráki e aprontamos a mochila com toalha, protetor solar, dinheiro, boné, água, etc..
No caminho para pegarmos o ônibus, me dei conta que eu nunca tinha visto uma cidade com tantas locadoras de carro por km² na minha vida. É sério. Em cada esquina, uma locadora de carro; e barato. Tipo, € 60,00 três dias. Ficamos na dúvida em alugar um ou nao. Decidimos nao alugar. Pegamos um ônibus de linha que mais parecia um ônibus intermunicipal, bom, com ar condicionado e tudo.

Em pouco tempo estávamos na praia de Faliráki, antes das 11h. A parada do ônibus era na rua em frente à praia. Fomos caminhando pela areia em direcao aos muitos guarda-sóis, metodicamente colocados lado a lado, num intervalo de espaco calculado com fita métrica, provavelmente. Para cada guarda-sol, havia duas cadeiras (espreguicadeiras). Bem pouca gente na praia, pudemos escolher o lugar que queríamos.
Em seguida veio um senhor simpático nos dizer que deveríamos pagar € 8,00 para passar o dia utilizando as cadeiras e o guarda-sol. Já imaginávamos que de graca nao seria. Pagamos e nos instalamos.
Mais uns minutos e veio um garcom, o qual trabalhava para um dos restaurantes à beira da praia. Muito simpático também, falando em inglês, perguntou se gostaríamos de comer ou beber algo e que estaria à nossa disposicao para o que a gente quisesse e que nao precisaríamos nos incomodar em levantarmos e irmos até o bar.

Praia de Faliráki
Nao aguentei muito tempo sentado e fui para o mar. Como sempre, no início, a água é um pouco gelada, mas depois que o corpo acostuma, uma beleza. A água era bem clarinha, o que permitia ver os pés com água na altura do peito, o mar bem calmo e raso. Achei a água do mar menos salgada do que aí no Brasil, ou pelo menos o sul do Brasil. O clima é seco e quase nao suei, mesmo exposto ao sol. No mais, passamos o dia inteiro lá, da cadeira para água, da água para a cadeira, uma pausa para comer e beber, e mais banho.

No fim do dia, resolvemos caminhar um pouco pela cidade, antes de pegar o ônibu para voltarmos para o hotel, e pude notar muita pouca gente nas ruas, e várias lojas fechadas. É verao, praia (muitas e belas praias), em comparacao com outros destinos, é barato viajar para a Grécia e a ilha é linda e vive hoje do turismo. Achei estranho, bem estranho. Depois de caminharmos um pouco, pegamos o coletivo e voltamos para o hotel.

Decidimos nao encararmos a comida do hotel de novo e seguimos uma placa em frente ao mesmo que dizia "Restaurante New Panorama a 250m". Lá fomos nós. Chegamos em frente ao restaurante (nao tirei fotos, infelizmente) e notamos que era um bom restaurante. Aliás, julgamos pela aparência, primeiramente, claro. Entramos e notamos que havia apenas três mesas ocupadas (mais tarde contei "por cima" de veria haver pelo menos 50 mesas). Sentamos e o dono do restaurante veio nos atender.

Ele logo viu que éramos turistas e que recém tínhamos chegado à ilha, pois nao estávamos muito bronzeados. Nos questionou da onde vínhamos e, acreditem, ouvi da boca dele se eu nao era dinamarquês. Óbvio que essa hipótese remotíssima passou pela cabeca dele por causa da aparência da Bettina e nao da minha. Dissemos as nossas origens e entao descobrimos que ele já tinha morado na Alemanha, em Baden-Württemberg. Ele falava alemao também. Perguntou em que hotel estávamos e afirmou, "Que bom que vocês nao fecharam o pacote com 'tudo incluso'". Perguntamos como ele sabia e o senhor, esperto, respondeu "vocês nao estao usando a pulseira colorida". Ainda assim, retrucamos dizendo que pagamos meia-pensao e que teríamos direito ao jantar, mas decidimos sair para comermos fora. Pois bem, fizemos o pedido e aguardamos vir a comida.

A comida veio, jantamos, e no fim elogiamos a refeicao, pois realmente estava muito boa. Naquela altura, já éramos os únicos clientes no restaurante. Foi entao que, após pedir mais refrigerante, eu resolvi comentar com o dono do restaurante que eu achei que veríamos mais pessoas na praia, na cidade e no estabelecimento dele. Resumindo, para nós, nao parecia alta temporada e emendei "Quando é que comeca, realmente, a alta temporada?". Bah! Ele perguntou se poderia ir buscar a minha Coca-Cola e depois sentar-se conosco à mesa. "Sim, sim. Claro!" respondemos. Ele voltou com o meu refrigerante e na outra mao uma cachaca típica da regiao, feita com anís. Ambas bebidas, cortesia da casa.

Bom, a partir daí, foi possível conhecer um pouco mais da situacao que os comerciantes da ilha enfrentam. Se até aquele momento estávamos longe da realidade dos violentos protestos em Atenas contra as medidas que o governo quer tomar para tentar tirar o país do burcaco, passamos a conhecer a dura realidade das pessoas que vivem na ilha e dependem do comércio que o turismo proporciona para sustentar as suas famílias. Ouvimos muito, mas perguntamos também. A principal reclamacao do dono do restaurante e a justificativa para o seu e outros tantos restaurantes estarem vazios, sao os hotéis e as pessoas que estao lá hospedadas. Como eu disse antes, nao tivemos a opcao de pagarmos somente o café da manha. Tivemos que pagar também a janta. De acordo com o nosso "amigo", isso prende as pessoas aos hotéis. Agora imaginem 80% das reservas nos hotéis em Rodes feitas como "tudo incluso", ou seja, todas as refeicoes e mais salgadinhos e bebidas coloridas já pagas. Soma-se a isso, uma baita de uma piscina, fliperama e internet para as criancas ou adolescentes, mesa de ping-pong, karaokê e sei lá mais o quê. Nao precisa pegar ônibus, alugar carro, caminhar... E, para finalizar, a mudanca de púlbico que tem ido para a ilha. Cada vez mais as pessoas do "leste europeu" vao para lá, o que, segundo nosso interlocutor, contribui para a queda no comércio na ilha (nos últimos 4 anos, mais de 300 restaurantes/lojas fecharam), já que, sempre de acordo com o grego, as pessoas sao menos aculturadas e nao têm interesse de sairem para conhecer os sítios arqueológicos, acrópoles, cidades e nem curiosidade de experimentar a cozinha típica. Se nao saem do hotel, nao consomem.

Sinceramente, nao consigo acreditar que alguém gaste dinheiro para viajar até Rodes (ou qualquer outro lugar que nao conheca), mesmo nao sendo "uma fortuna", para ficar trancafiado em um hotel. Para mim é impensável. Duvidaria bastante do que ele nos relatou se eu nao tivesse ido às praias, em restaurantes e caminhado pelas ruas e também visto o hotel que ficamos com a piscina cheia de gente desde de manha cedo até a hora que a gente voltava dos passeios. Realmente, pela época do ano, achei as praias com pouca gente e o movimento nas lojas em geral, muito baixo. O nosso hotel estava cheio, sempre, inclusive às vezes nao tínhamos onde sentar para tomar aquele maravilhoso café da manha.

Bom, segue o baile: sentimos que o senhor estava muito revoltado com a situacao, uma pessoa amargurada, mas que falava com todo o amor sobre a ilha e as coisas bonitas que há nela. Nos indicou que fôssemos à Kalithéa no dia seguinte. Pagamos a conta e nos despedimos, mas antes de deixarmos o restaurante ele nos convidou para vermos umas fotos dele e das pessoas que já frequentaram o restaurante, entre elas um dos atores que fez o papel de James Bond em algum "007" que eu nao sei, mas antigo e o Telly Savalas, mais conhecido como Kojak.

Finalmente, fomos embora e seguimos o conselho dele para irmos à Kalithéa no dia seguinte.

3° dia - Kalithéa - Acordamos cedo novamente, fomos no restaurante tomar um café de máquina e pegamos uns croissants com gosto de nada. Depois de arrumarmos a mochila deixamos o hotel e fomos para a avenida principal, Rodes-Faliráki, para pegarmos o ônibus que nos levaria até as Termas de Kalithéa. Descemos em cima do morro que separa Kalithéa de Faliráki. Lá de cima pude bater fotos da orla de Faliráki como de outras praias em baías bem pequenas, ao pédo  morro. Depois de caminharmos um pouco, de admirar a paisagem e registrar tudo com a câmera fotográfica, chegamos nas Termas de Kalithéa.


Água brotando das rochas
O poder de cura das águas de Kalithéa era conhecido desde a Grécia Antiga pelas propriedades benéficas da "água vermelha" que brotava das rochas. Desde o tempo da Hexápole Dórica e dos Cavaleiros de Rodes as águas atraiam visitantes de todas as ilhas em volta e da costa da Ásia Menor. As termas eram ponto de encontro de ortodoxos, muculmanos e judeus. Em 1927 o governador da ilha, Mario Lago, tomou a iniciativa de coduzir um estudo sistemático daquela água com o propósito de criar uma moderna clínica hidroterapêutica. As pesquisas foram conduizidas por famosos hidrologistas e médicos. Em dezembro de 1928 o primeiro prédio foi contruído. A construcao era em forma de uma concha que funcionava como um filtro que controlava e regulava a entrada de ar e luz, proporcionando aos visitantes uma sensacao de bem-estar. As águas da Kalithea eram propícias para o tratamento contra artrite, obesidade, diabetes, doencas tropicais, disenteria malária, alergias, asma, cistite e problemas intenstinais.

Depois de muitos anos de negligência e abandono o concelho da cidade de Kalithea e seu prefeito, Iannis Iatridis, tomaram para si a importante tarefa de renovar o Monumento. As Termas de Kalithea foram restauradas com grande esforco e reaberta ao público em 2007.
Recentes estudos científicos confirmaram as propriedade terapêuticas da água e as renomadas nascentes serao, em breve, usadas novamentes com o propósito medicinal.

Após atravessarmos o estacionamento e passarmos o partao de entrada, nos deparamos com um chafariz. Cruzamos os esguixos d'água e paramos em outro portao onde havia uma bilheteria. Pagamos uns poucos e euros e entramos. Na nossa frente, um corredor com colunas e bancos brancos em ambos os lados, ripas de maideira no alto e as plantas vindas dos jardins também em ambos os lados, invadindo o espaco. O chao é decorado com mosaicos em pedras pretas e brancas Ao final desse corredor podíamos avistar a cúpula de uma das rotundas, contruída no nível do mar, mas nao as escadas que nos levaria a outros prédios e à baía.

Foto tirada na margem esquerda da enseada
Chegamos à rotunda e vimos uma grande banheira. Ao fundo uma estoa e nas nas costas a enseada de água cristalina, guarda-sóis e cadeiras milimetricamente arrumadas. À direita de quem chega na enseada há um caminho que leva para um bar/restaurante construído dentro das rochas e, ao lado, uma tenda com um DJ que controla a música. Em frente ao bar, muitas mesas, cadeiras e tendas, para proteger os clientes do sol. Tudo à beira d'água. À esquerda estao as cadeiras de praias e, caminhando mais um pouco acha-se mais um bar, porém menor, e outro DJ. Mais adiante, pedras e o mar. Ainda, seguindo o caminho da direita, chega-se à grande rotunda e a fonte de Eros. Pagamos mais uma vez pelo uso dos equipamentos de praia e nos instalamos. No início, ficamos sentados, só olhando tudo em volta... depois levantamo e fomos no bar almocar. Sentamos numa mesa bem à beira d'água, porém em um nível mais alto. Comemos e voltamos para as nossas cadeiras. Terminei de ler o meu livro (o quarto, desde que eu cheguei na Alemanha) e fui para a água. Nadei, mergulhei, plantei bananeira e tudo. Vi que havia muitas pessoas com esnórquel e óculos de mergulho. Fiquei uma inveja. Queria ver também o que eles viam, ainda mais naquela água tao clara. O mar era bem calmo e com várias pedras bem grande no fundo, onde podíamos nos apoiar ou ficar de pé. Passamos o resto do dia lá, sem fazermos muito esforco.

A fonte de Eros ao centro
Antes de irmos embora, fomos visitar a grande rotunda, onde está a fonte de Eros. A construcao foi toda reformada e está linda. Em volta da área da fonte há uma estoa, reformada também, muito bonita, com o chao todo em mosaicos. De lá, podíamos ver o mar também e as falésias próximas.

Voltamos para o hotel a pé. Idéia minha. Foi uma caminhada um pouco longo, pois tivemos que subir um morro, mas depois, foi tranquilo. Chegamos no hotel, tomamos banho e saímos para jantar.
Antes de dormir, decidimos que iríamos a cidade de Rodos, conhecer a cidade medieval, o porto e tudo mais que houvesse para ver lá.

As fotos dos três primeiros dias estao aqui ou na lista aí do lado direito.
A legenda da primeira foto de cada dia está entre asteriscos para melhor orientacao.

Até mais!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Viagem a Rodes, Grécia - Parte IV

Os Cavaleiros de Rodes

O Período dos Cavaleiros
Os anos em que Rodes foi ocupado pela Ordem dos Cavaleiros de St. John podem ser considerados como o período de maior prosperidade. A Ordem tinha sido fundada como uma Irmandade Filantrópica em Jerusalém, por mercadores de Amalfi, Itália, os quais eram residentes permanentes da Terra Sagrada. Com o tempo e particularmente após 1099, quando as Cruzadas ocuparam Jerusalém, a Ordem ganhou considerável forca e assumiu um caráter militar sob o controle e a autoridade da Igreja.
Depois da captura de Jerusalém, por Saladino, em 1187, os Cavaleiros mudaram a sua base para Acre, no norte da Palestina, depois para Ptelemais e, finalmente, para o Chipre, onde o Rei Henry II cedeu Limassol para a Ordem. Eles permaneceram lá por apenas 18 anos e estabelecaram-se em Rodes em 1309, após superarem a heróica resistência dos habitantes da Ilha.

Os anos de permancência dos Cavaleiros em Rodes foram os mais brilhantes da história da Ordem. Imediatamente após completar o domínio total da ilha, a Ordem dos "Cavaleiros de St. John de Jerusalem", a qual passou a ser chamada de A Ordem dos "Cavaleiros de Rodes", conquistou as ilhas em volta e, por muito tempo, teve sob seu domínio a ilha de Smyrna. Eles permaneceram em Rodes por 213 anos, ou seja, até 1522, quando, em 29 de Dezembro, o último Grande Mestre, Philippe Villiers de L'Isle  teve que entregar a cidade para o Sultao Solimao, O Magnífico. A rendicao ocorreu apenas depois de seis meses do cerco e da dura resistência dos Cavaleiros os quais foram ajudados pelos habitantes Gregos da ilha. Depois da queda de Rodes, os Cavaleiros rumaram para Malta, com a ajuda de Charles V, (Carlos I de Espanha ou Imperador do Sacro Império Romano, Carlos V) e do Papa e a partir de entao foram chamados de os Cavaleiros de Malta.

A Orderm deixou imponentes evidências de seu tempo em Rodes e de seu "toque especial" a qual a cidade ainda mantém em seus impenetráveis muros, seus portoes, as igrejas e os hospitais, os alojamentos e os majestosos palácios.

A Organizacao dos Cavaleiros
A Ordem dos Cavaleiros tinham três categorias de membros:
a) Os "Cavaleiros" com obrigacoes militares: eles nunca excediam 600 em número e tinahm que ser descendentes de famílias nobres;
b) Os "Capelaes", os quais eram os padres e desempenhavam as funcoes religiosas da Ordem;
c) Os "Irmaos Servidores", os quais davam apoio aos Cavaleiros na guerra e na admiistracao, e também atuavam como enfermeiros, tomando conta e tratando dos doentes. Os "Capelaes" e os "Irmaoes Servidores" nao precisavam ter origens nobres, mas eles tinham que ser filhos de homens livres e nao escravos. Seus membros, que vieram de todos os países católicos da Europa, eram organizados dentro dos sete grupos nacionais e linguísticos chamados de Langues (tongues ou "languages") ou, em português, língua ou linguagem.
Eram eles: Provenca, Auvergne, Franca, Itália, Inglaterra, Alemanha e Espanha, a qual, mais tarde, se dividiu em dois, Aragon e Castilla.

Cada Langue, tinha sua própria estalagem junto com o seu líder e seu Conselho. O governo geral era controlado pelo Grande Mestre, eleito para toda a vida, pelos membros da Ordem. Um Conselho, formado por cada líder das Langues, com poderes legislativos e disciplinares o assistia em sua administracao. A língua oficial da Ordem para todos os seus documentos, era o latim, enquanto o francês era usado na comunicacao oral.

A Langue da Franca, a qual seguidamente apoiava as Langues de Provenca e Auvergne, era maioria dentre as demais e, dos 19 Grandes Mestres, os quais governaram Rodes por 213 anos que a Ordem ficou lá, 14 foram franceses.

A Cruz
A cruz de oito pontas, hoje mais conhecida como a Cruz de Malta, é também o símbolo dos Cavaleiros de Rodes e tem origem em Almafi. As oito pontas além de representar as Langues (que passou a ser oito após Espanha se dividir em Aragon e Castilla) representam também as 8 Bem-Aventurancas de Jesus Cristo e a verdade, fé, arrependimento, humildade, justica, piedade, pureza e resistência à perseguicao.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Viagem a Rodes, Grécia - Parte III

O Colosso de Rodes

Como eu escrevi antes, o famoso Colosso de Rodes está conectado ao cerco feito por Dimitrios, The Besieger, para capturar a cidade. Orgulhosos de sua grande vitória, os Rodianos, com os fundos levantados com a venda do equipamento de guerra deixado para trás por Dimitrios, decidiram erguer uma triunfal estátua de seu grande deus, Helios. O trabalho foi assinado por Chares de Lindos, o qual trabalhou durante 12 anos (304 a 292 a.C.) para erguer o monumento.

Imagem mais frequente representando o Colosso de Rodes
Apesar do fato do Colosso ser considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo, tanto técnica quanto artisticamente, existe uma falta de informacoes vitais referente à localizacao ocupada pela obra e sua forma.
Foi calculado que a estátua teria 31 metros de altura. É dito também que Chares moldou os membros, feito de bronze, vagarosamente, in loco, com enormes montanhas de terra, indo de baixo para cima, como se estivesse construindo uma casa.
De acordo com uma fonte, o Colosso ficava na entrada do porto fazendo com que as embarcacoes passassem entre suas pernas. Hoje em dia, é quase certo afirmar que a estátua ficava em terra firme, e o provável local seria a cerca do templo de Helios, perto do palácio dos Grandes Mestres.
Porém, esta "maravilha" nao permaneceu em pé mais do que 66 anos. Durante um violento terremoto em 266 a.C. o Colosso se quebreu, na altura dos seus joelhos, e desabou. Os Rodianos, temendo uma maldicao, nao o reergueram e no chao permaneceu, um amontoado de escombros, por séculos. Entretanto, em 643 d.C., quando os Árabes de Moab pilharam a cidade, eles venderam os pedacos da estátua aos mercadores Judeus. A tradicao diz que foi necessário 900 camelos para transportar tudo.

A lenda em torno do Colosso estava tao intimamente ligada a Rodes que, por centenas de anos, os Gregos e os povos do Oeste se referiram aos Rodianos como "Os Colossos" ou "Os Colossenses".

terça-feira, 5 de julho de 2011

Viagem a Rodes, Grécia - Parte II

A História de Rodes

Pré-História
A história da Ilha como a da Grécia inteira comeca nas profundezas dos mitos. Durante este período mítico, a ilha foi ocupada pelos Telchines, uma raca estranha e dito ter sido dotada de poderes mágicos. Por muitos, cosiderados demônios, eles tinham uma grande habilidade em trabalhar com o metal. Eles forjaram a Harp", a temida foice-espada de Chronos e o tridente de Poseidon. Também é dito que eles fizeram as primeiras estátuas em bronze dos deuses Olímpicos. Os Telchines foram expulsos de Rodes pelas Helíades, as criancas de Helios e pela ninfa Rhodos. Os primeiros reais habitantes da ilha, talvez, tenham sidos os Carianos, povo da Ásia Menor. Eles foram seguidos pelos Fenícios, que fizeram de Rodes um importante centro comercial.
Quando o povo Minóico, de Creta, estabeleceu uma colônia própria em terras Rodianas, a ilha ganhou dimensao histórica pela primeira vez no leste do mar Egeu. Por muitos séculos os Minóicos viveram em paz, até novos colonizadores ancorarem por lá. Eram os Aqueus Gregos, de Micenas, Tirinto, Argos e Ática. Após eles terem se etabelecidos em sua nova terra, por volta de 1400 a.C., os Aqueus construiram um poderos estado o qual logo se expandiu para a Ásia Menor. Os Aqueus, por sua vez, foram seguidos, alguns séculos depois, pelos Dórios, que invadiram Rodes e desenvolveram as cidades de Kameiros, Ialissos e Lindos, as quais tornaram-se ricas e poderosas.
Os Rodianos, liderados por Tlepolemos, filho de Herácles, lutaram na Guerra de Tróia com nove navios. Seu léder, entretanto, foi morto em batalha aos pés do muro de Tróia, junto com Sarpidon.
De 1000 a.C até 600 a.C as três maiores cidades na ilha, Kameiros, Ialissos, e, principalmente, Lindos, fundaram muitas colônias nas costas da Ásia Menor, Sicília, Franca e Espanha.

Antiguidade Clássica
As três cidades citadas acima mantiveram suas independentes administracoes, primeiramente, mas mais tarde juntaram-se a outras cidades dórias, Kos, Knidos, Helicarnasso, para formar a Hexápole Dórica, uma liga de seis cidades com caráter político e religioso, na qual teve sua capital no santuário de Apollo Triopios, perto de Knidos.
No 5° e 4° século Rodes caiu sobre a influência dos Persas, porém os mesmos deixaram a ilha quando os gregos travaram uma guerra contra eles e sairam vencedores. Rodes, entao, tornou-se parte da Liga de Delos, sobre a lideranca Ateniana. Mais tarde e durante toda a Guerra do Peloponeso, os Rodianos ficaram, às vezes, sob influência Ateniana, às vezes Espartana.
Enquanto a Guerra do Peloponeso ainda estava em progresso, e por razoes de seguranca, os Rodianos decidiram fundar uma nova cidade, e entao, as três maiores cidades da Ilha juntaram forcas para criar uma nova. Assim, pela iniciativa de Dorieas, filho de Diágoras, campeao olímpico de boxe, a nova capital foi estabelecida na ponta nordeste da ilha e nomeada como Rhodes. Sua fundacao foi em 408 a.C., um marco divisório na história da Ilha.

Período Helenista - Os Anos de Prosperidade
A cidade era bonita como a ilha, com alternâncias de influências entre Atenianos e Espartanos, até o papel da Macedônia em assunto gregos virem à tona. Os Rodianos permitiram que os Macedônicos estabelecessem uma tropa na cidade. Mais tarde, durante o Cerco de Tiro, eles ajudaram Alexandre O Grande, a conquistá-la.
Após o fim do império de Alexandre O Grande, Rodes desenvolveu estreitos lacos políticos e comerciais com os Egípcios Ptolomeus. Isso nao agradou Antigonos, Rei da Síria. Essa relacao, significava, para ele, que Rodes se aliaria ao Egito na guerra que ele estava planejando em declarar mais tarde. Assim, no verao de 305 a.C ele enviou seu filho, Dimitrios Poliorkitis, The Besieger, para capturar a cidade.
Apesar da superioridade numérica do Besieger, os Rodianos resitiram por um ano inteiro e forcaram Dimitrios a ir embora com o seu cerco à cidade. O grande general deixou Rodes sob grande vergonha, deixando todo seu armamento de guerra para trás. Os nativos venderam as armas e equipamentos para construir o famoso Colosso, enorme estátua em bronze do deus Hélios, como um símbolo de gratidao aos deuses.
Após a destruicao de Tiro, Rodes chegou ao seu ápice. O fracasso de Poliorkitis para enfraquecer o poder da Ilha marcou o início de uma nova era para Rodes, até que seu comércio e atividades marítimas atingissem picos que nenhuma cidade nunca tinha atingido antes. Foi colocado em prática o "Código Naval Rodiano", um código de lei internacional, considerado um dos mais importantes documento legais no mundo.

O Período Romano
A intervencao de Roma nos assuntos da Grécia e no leste do mar Mediterrâneo tornou-se cada vez mais clara ao fim do 3° século a.C. Os Rodianos dando o seu melhor para beneficiarem-se da sua nova situacao, mantiveram uma postura amigável em relacao aos Romanos. Porém os Romanos estavam muito mais interessados em limitar os poderes de Rodes e declararam a ilha de Delos, como um porto livre. Isto foi um golpe mortal para o comércio de Rodes. Completamente derrotado, a cidade foi forcada a fazer um acordo, o qual a obrigava ter os mesmos amigos e inimigos de Roma, o que trouxe consequências desastrosas para Rodes. O último golpe veio de Cássio. Depois do assassinato de Júlio César, os Rodianos recusaram-se a ajudá-lo contra os seus inimigos. Enfurecido, Cássio caputrou a cidade em 42 a.C. e a destruiu com grande selvageria e tranferiu para Roma mais de 3 mil obras-primas da arte.

Período Bizantino e a Idade Média
Rodes, como o principal elo comercial entre o leste e o oeste, rapidamente respondeu às novas ideias do Cristianismo. A tradicao diz que St. Paul pregou a nova religiao em Lindos, 58 d.C e que muitos converteram-se ao Cristianismo. No primeiro século d.C Rodes já tinha um arcebisbo, Prochoros.
Após a divisao do Império Romano, Rodes veio a ser a capital da Província Bizantina das Ilhas. A cidade, porém, foi uma vítima da inconstância do Império Bizantino e foi sujeita a frequentes invasoes e destruicoes. Por exemplo, em 620 d.C. foi ocupada pelos Persas, sob o comando de Chosroes. Em 651 os Sarracenos apareceram e em 807 a mesma foi saqueada pela frota do Califa Harun al-Rashid.
Rodes foi novamente roubada, desta vez por piratas, no final do século XII quando Alexios I foi imperador de Bizâncio.
No século XI Rodes comecou a ter contato direto, novamente, com o oeste. Em 1082 os Venezianos receberam uma permissao do imperador para estabelecer uma ponto comercial no porto da cidade. Em 1191, Ricardo, o Coracao de Leao da Inglaterra e o Rei Felipe II da Franca, atracaram na cidade com sua frota para alistar mercenários para as Cruzadas (Terceira Cruzada ou Cruzada do Reis, 1189-1192).
Quando os Cruzados ocuparam Constantinópla, em 1204, um proprietário de terras locais, Leon Gavalas, se declarou o governante de Rodes, com o consentimento Veneziano.
Quando o Império Bizantino retomou o controle de Constantinópla, em 1261, Rodes foi formalmente reintegrada a parte do império mais uma vez, mas na realidade ficou em poder dos almirantes genôveses. Em 1306, um desses almirantes, Vignolo Vignoli, vendeu a Ilha junto com outras duas, Kos e Leros, à Ordem dos Cavaleiros de St. John de Jerusalém, a qual tomou o controle completo de Rodes em 1309, após a violenta oposicao dos Rodianos.
Os Cavaleiros permaneceram na Ilha por 213 anos, até 1522, quando o último Grande Mestre foi forcado a entregar a cidade aos turcos do Sultao Solimao.
A ocupacao Turca em Rodes foi, certemente, o período mais sombrio de sua história. A Ilha estava sob jurisdicao  de Kapudan Pasha (Almirante da Frota), enquanto a cidade foi oficializada como a capital de Vilayet (Província) do Egeu e assento do Governador Geral. Os habitantes gregos foram forcados a deixar a cidade murada e estabelecerem-se do lado de fora da mesma, onde formaram novas comunidades chamadas de "Marasia". Apesar disso, os Turcos nao foram competentes para dominar a Ilha e a populacao turca sempre foi menor que a grega. Os Gregos levaram o comércio com suas próprias maos, enviando seus muitos navios mercantes pela Europa. Durante aquele difícil período de ocupacao estrangeira, muitas cidades, principalmente Lindos, foram capazes de prosperar devido ao comércio de alimentos, vestuário, prata, artigos domésticos, e perfumes. Lindos também se desenvolveu como um centro de indústria leve.

Tempos Modernos
Os Turcos permaneceram em Rodes e no resto do Dodecaneso até 1912. Naquele ano os Italianos, com a ajuda do habitantes Gregos da Ilha, foram capazes de capturar Rodes. No início, os Italianos trataram a populacao com compreensao e os Rodianos tinham esperancas de serem unidos à Grécia rapidamente. Mas com o crescimento do facismo na Itália e políticas expansionistas, aos Rodiaos foi negado o direito de autonomia. Isto levou à uma insurreicao de intensa resistência contra o conquistador estrageiro. Após a derrota do Eixo (Segunda Guerra), Rodes como o restante do Dodecaneso, ficou sob administracao Britânica até o dia 7 de Marco de 1948, quando a bandeira da Grécia foi hasteada sobre o Palácio do Governo.

domingo, 3 de julho de 2011

Viagem a Rodes, Grécia - Parte I

Olá!

Já estou de volta das minhas férias. O tempo voou nos oito dias que passamos na ilha de Rodes, mas valeu muito.

Antes de contar sobre a viagem, deixo algumas curiosidades sobre o local.

Rodes, em português, Rhodes, em inglês, Rhodos em alemao, Ῥόδος em grego ou, traduzindo, Ródos ou Rhódos no grego antigo. 

Origem do nome
Há algumas versoes para o nome da Ilha. A primeira, de acordo com Pindar, poeta grego que viveu por volta dos anos 500 a.C, está conectada ao mito que diz que quando Zeus derrotou os Gigantes, tornando-se o mestre da Terra, ele decidiu dividí-la entre os deuses Olímpicos. Durante esta divisao, Helios, o Deus do Sol, nao estava presente e ninguém lembrou de incluí-lo na partilha, deixando o mais puro dos deuses sem uma terra para ele. Quando Helios voltou, reclamou com Zeus sobre a injustica cometida e ele pediu para que o Pai dos deuses lhe prometesse o primeiro pedaco de terra que surgisse. E, realmente, enquanto ele falava, uma linda ilha comecou a emergir das profundezas do mar azul. Era Rodes. Tomado por felicidade, Helios banhou a ilha com sua própria irradiância e fez dela a ilha mais amada do Mar Egeu.

Outro mito abribui a origem de Rodes ao amor de Helios por Rhodos, filha de Poseidon, o Deus do Mar. Quando Helios a viu, ele ficou completamente apaixonado e fez dela sua esposa. Juntos, tiveram uma filha e sete filhos. De acordo com o mito, um dos seus filhos, Kerkafos, teve três criancas, Kameiros, Ialissos e Lindos, os quais construiram as três maiores cidades na ilha.

Mais duas versoes dizem que o nome da ilha vem da palavra "rosa" em grego ou ainda que Rhodos era uma ninfa.

Reconhecimento
Rodes, A Esmeralda do Mediterrâneo ou A Ilha do Sol, como é chamada, por sua beleza natural e seus tesouros arqueológicos, foi proclamada como patrimônio histórico da humanidade, pela UNESCO.

Geografia
A ilha está situada a sudoeste do mar Egeu e é a maior da regiao e capital de um complexo das 12 maiores ilhas, o Dodecaneso, e mais de 160 outras menores.

Rodes tem uma área de 1400 km², extensao de 78km e largura de 38km, entre seus pontos mais distantes. A linha costeira tem 220km dividida entre praias com areia e falésias íngremes. As montanhas mais altas sao Attavyros (1215 m), Akramytis (825 m) e Profitis Ilias (798 m).

Clima
Rodes tem em média 300 dias de sol ao ano. O sol contínuo e o clima moderado fazem da ilha uma terra adequada para o cultivo da viticultura. O seu clima ótimo, o terreno fértil e a sua posicao geográfica sao as principais razaoes que fizeram a ilha ser densamente povoada desde a antiquidade até o presente. Hoje, Rodes tem mais de 110 mil habitantes e recebe por ano mais de 1,25 milhao de turistas.