sexta-feira, 29 de abril de 2011

Esmirilhando no Feldberg

Hallo!

Desde que eu cheguei aqui na Alemanha, em julho do ano passado, eu estava ansioso para a chegada do inverno e pela possibilidade de esquiar. A neve veio forte no final do outono e em quantidade bem superior ao esperado e ao que normalmente cai naquela época do ano. Como a prática do esporte é feita nas montanhas,  onde a incidência de neve é maior do que em Freiburg, já tínhamos uma condicao boa, mesmo que antes do previsto, para nos aventurarmos a tentar esquiar. Porém, eu sabia que o meu primo, Martim, estaria aqui no final do ano e que o mesmo iria querer esquiar também, entao resolvi esperá-lo para irmos e cairmos juntos.

Fomos ao Feldberg pela primeira vez em janeiro, já relatado aqui, apenas para ver como ficava a montanha no inverno e para pegarmos informacoes sobre o aluguél dos equipamentos. 

Voltamos em fevereiro, agora para esquiar. Escolhemos um sábado. Saímos cedo de Freiburg, de trem, até Feldberg Bärental, já na montanha. De lá, pegamos um ônibus até a estacao de esqui. Chegando lá, ainda cedo, a loja que aluga os equipamentos estava completamente cheia. Além disso, uma neblica muito densa e que nao permitia que a gente enxergasse, mais do que 50m na nossa frente. Ficamos receosos, pois havia muita gente esquiando e ficamos com medo de atropelar alguém, já que nao tínhamos nenhuma intimidade com o esporte. Decidimos voltar para a cidade e tentarmos no outro dia.

No domingo, cedo, estávamos lá novo. Agora com a loja menos cheia e com o céu azul e o sol brilhando. Pegamos o equipamento na loja, ambos escolhemos o snowboard por se assemelhar com o skate, o que nos facilitaria nas "manobras" usando o tronco, calcanhares e ponta dos pés, nos "fantasiamos" com as roupas especiais e fomos para o pé da montanha. Decidimos nao fazer o curso. Acho que o a que a gente queria mesmo era rolar pela neve. Queríamos tentar por nós mesmos, sem nos preocuparmos se faríamos feio ou nao. O negócio era se divertir e dar risada, claro, sempre com cuidado para nao atropelar as outras pessoas e para nao nos machucarmos.

No início, subimos um pouco a montanha, a pé, para treinarmos e pegarmos a manha dos movimentos, subíamos a pé um pouco e descíamos esquiando. Mesmo sendo uma parte curta a descida, uns 20 segundos, já dava para se divertir. O problema era ter que subir de novo. Descíamos rápido demais e demorávamos para subir de novo. Cansa muito.

Depois que estávamos "seguros", decidimos comprar um cartao que dava acesso às "cadeirinhas" que nos levariam até as outras estacoes ao longo da montanha para podermos descê-la.

Existe dois tipos de "cadeirinhas". Vou falar primeiro de uma que é um T de cabeca para baixo, com um cabo na ponta, onde botamos a barra vertical no meio das pernas e largamos o peso do nosso corpo sobre a barra horizontal, que deve ficar encaixada abaixo das nádegas e nos seguramos no próprio T. A teoria é muito simples.
Antes de nos aventurarmos, ficamos observando, como bons iniciantes.
Quando achamos que tínhamos aprendido, na base do "olhômetro", fomos tentar. A prática foi desastrosa.
Explico: no snowboard quanto se está no plano, o pé que usamos à frente sempre fica preso e nos impulsionamos com o pé de trás. Assim, podemos nos locomover, quase como no skate.
Para usarmos esse T de cabeca para baixo, tínhamos que apontar a frente da prancha para o mesmo sentido que o cabo nos puxaria, acontece que o pé da frente (que está preso à prancha) nao aponta para a mesma direcao. O mesmo está preso quase que perpendicular à prancha. Entao, temos que virar todo o tronco para a frente da prancha, em direcao do cabo, com o T encaixado, para podermos andar em linha reta e sermos puxados.

A máquina que faz o cabo puxar as pessoas nao para para (olha o que fizeram com o a língua portuguesa) que possamos pensar, nos arrumar, respirar fundo, rezar, etc... vem o T, tu te agarra nele, encaixa entre as pernas e vai.
O Martim foi na frente.... hehehehehe
E eu logo atrás dele.
Os pés (o meu esquerdo e o dele, esquerdo também) devidamente presos aos snowboards. Nosso pés direitos livres, apenas apoiados em cima das pranchas, com todos fazem.
O primeiro T veio, o Martim se agarrou, encaixou, e foi. Em seguida eu fui também. O Martim foi puxado alguns metros, se desequilibrou e foi para o chao. Eu, atrás dele, comecei a rir. Sabem aquela risada que tu nao consegue conter? Pois é...
Eu rindo e tentando me equilbrar, tentando virar o tronco o máximo que eu podia para nao perder o equilíbrio... a prancha dancando de um lado para o outro, terrível. Caí! Pior, continuei agarrado no T e o negócio foi me arrastando montanha acima. Passei pelo Martim, sentando na neve. Ele rolando de rir. Só larguei o cabo quando o cara que comanda a máquina a parou. Acho que quando a gente cai tem que largar o T. Nao sabia... continuei agarrado, numa tentativa desesperada e impossível de ficar em pé de novo.
Aquilo me deixou cansado. Ficamos sentados, um rindo da cara do outro e todos rindo de nós. Podem rir...

Decidimos continuar a fazer o que estávamos fazendo. Subíamos a pé até uma parte e descíamos... e assim seguimos por algum tempo, até que chegou a hora de pergarmos a outra "cadeirinha", que tem forma de uma cadeira mesmo. Essa nos levaria ao topo da montanha e de lá desceríamos esquiando, no peito e na raca, na cara de pau e na coragem. Descansamos um pouco lá em cima, tiramos umas fotos, fizemos um vídeo, vimos os alpes suícos, no horizonte e resolvemos encarar a descida.

O combinado era cada um ir no seu ritmo e nos encontrarmos onde tínhamos deixado nossas mochilas.

Fui primeiro. A pista é muito bem sinalizada e eu nao estava com medo de cair num precipício ou algo parecido, mas às vezes eu nao tinha visao boa para saber o que tinha na minha frente e isso nao me dava seguranca.
Depois de descer uma parte, caí e fiquei parado, esperando pelo Martim. Nada do Martim... cadê o Martim? Resolvi seguir e comecei a filmar a minha descida.

Desci. Cheguei no pé da montanha. Tranquilo. Muito legal. Legal mesmo! Ainda que eu tenha ido devagar e sem fazer manobras radicais, a descida é bem rápida, mas foi muito bom.

Sentei do lado das mochilas e esperei pelo Martim. E esperei. E esperei.
Meia hora depois que eu já estava lá, comecei a ficar preocupado. Me levantei e comecei a tentar achá-lo no meio daquela multidao. Impossível. De repente, eu vejo meu "fiote" vindo. Cara de apavorado!

"Martim, o que houve? Eu estava preocupado! Por que demoraste tanto?"
"Bah... doidêra, mano! Me perdi, desci pelo lado oposto da montanha e fui parar num vilarejo. Tive que voltar caminhando pelo estrada até aqui".

É possível?
Sim, é. Para o Martimzinho, tudo é possível.
Ele saiu da pista, desceu pelo outro lado da montanha e foi parar num cidadezinha, próxima à estacao de esqui..
Deu pena. Ele estava esgotado de ter vindo caminhando de volta para a estacao, na neve e carregando o snowboard.
Ficamos sentados, conversando e rindo, cada um contando como é que tinha sido a sua descida.

Estávamos cansados. Devolvemos os equipamentos, trocamos de roupa e fomos comer.
Depois, pegamos um ônibus de volta até Feldberg Bärental e de lá o trem que nos levaria de volta a Freiburg.

As fotos estao aqui.

Vídeos:
Martim Esquiando
Marcos Esquiando
Martim Brigando com o Snowboard

Valeu cada tombo!

Tschüss!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Ostern

Olá!

Vou passar a minha Páscoa em Erfurt, capital da Turíngia. Viajo amanha de manha e volto no domingo à noite, apesar de ser feriado aqui na segunda-feira também.
Entre os lugares novos que eu pretendo conhecer, está o Castelo de Wartburg, em Eisenach, onde Martin Luther foi feito prisioneiro e comecou a traduzir a Bíblia. Dizem que o mesmo teve uma visao do diabo e arremessou um tinteiro contra ele. É possível ver as marcas da tinta na parede até hoje.

Falando em Páscoa, aqui nao tem ovos de chocolate, só chocolates em forma de coelhos.
É possível comprarmos ovos cozidos no supermercado, com as cascas pintadas, e só.

Boa Páscoa a todos.
Marcos.

sábado, 9 de abril de 2011

Tempestade de Areia

Uma tempestedade de areia atingiu o norte da Alemanha e causou um engavetamento de aproximadamente 80 veículos. Muitos carros pegaram fogo, oito pessoas morreram e mais de cem ficaram feridas.

As fotos e o vídeo, publicados pelo Spiegel Online, sao impressionantes.

Há uma reportagem no UOL também.