segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Meus Mapas

Oi!

Para os curiosos, adicionei mais uma lista aí do lado direito da página, chamada "Meine Karten".
Esta lista tem os mapas com os percursos que os trens vizeram, saindo de Freiburg, até Basel e Berlin, passando por todas as paradas (cidades) que o trem fez "escala". Conforme eu for visitando mais cidades, viajando de trem, vou adicionando os mapas.

Tschüss!

Basel

Aproveitamos o feriado regional (somente em Baden Württemberg e Bayern) dos Três Reis, no dia 6 de janeiro, para irmos conhecer Basel, na Suica, de trem. Nosso destino é distante menos de 60km de Freiburg. O comboio saiu pontualmente às 9:15. Viagem bem tranquila, mas com muitas paradas no caminho, mostradas no mapa mais abaxo. Desembarcamos na Badischer Bahnhof às 10:11, na Pequena Basel. Tínhamos a opcao de pegarmos um trem mais rápido, que faria o mesmo percurso em pouco mais de meia hora, com menos paradas, mas optamos pelo trem mais devagar (e mais barato). Compramos um mapa da cidade numa revistaria, ainda dentro da estacao e quando saímos para a rua chovia, como a previsao nos mostrára no dia anterior. Sem problemas! Olhamos o mapa, achamos o Centro de Basel e nos tocamos, a pé, para lá.

Os Celtas se estabeleceram na regiao onde hoje é Basel em 500 a.C.
A Jóia do Rio Reno, como Basel também é conhecida, é considerada o capital cultural da Suica, pois possui muitos museus (por volta de 40), teatros, galerias de arte, muitos eventos musicais (de música Clássica ao Heavy Metal) e por sua arquitetura. A indústria química/farmacêutica é muito forte na regiao e o zoológico da cidade é o que abriga a maior quantidade de espécies raras do mundo, além de ser a segunda atracao turística paga mais visitada no país (nao sei qual é a primeira).
A cidade é pequena, com apenas 190 mil habitantes, a terceira em populacao no país.

O Rio Reno corta a cidade em duas. A menor parte é chamada de Pequena Basel (Kleinbasel) e, a maior, logicamente, chamada de Grande Basel (Grossbasel). Como desembarcamos na menor parte da cidade, seguimos o mapa até acharmos a ponte Mittlere Rheinbrücke para cruzarmos para o outro lado.
Atravessando a ponte, podemos ver o Reno, muito bonito e de água bem clara, podemos ver outras duas pontes também, a Johanniterbrücke à direita e à esquerda a Wettsteinbrück. Na nossa frente, a Grande Basel, em um nível mais alto do que a parte menor da cidade e, surgindo entre as casas na beira do rio, as duas torres da Catedral (Münster) e o seu teto colorido, na parte mais alta da cidade.

Chegamos ao outro lado e logo estávamos na Freie Straße, onde estao localizadas a Rote Rathaus ou, a Prefeitura Vermelha de Basel, e a Marktplatz, a feira, onde os agricultores da regiao vendem os seus produtos pela manha. O prédio tem uma torre mais alta que a outra, janelas retangulares e pequenas, bem estreitas, muitas pinturas na fachada, brasoes, três esculturas de figuras humanas acima de um relógio e, mais no alto outra escultura de um homem segurando uma bandeira com o brasao da cidade. Tiramos umas fotos e decidimos entrar para conhecermos melhor. Havia uma área grande, aberta, onde podíamos circular, sem entrarmos no prédio. Subimos escadas, vimos mais pinturas pelas paredes, estátuas e jardins. Saímos e seguimos para a  Münsterplatz, para vermos mais de perto a Catedral.

Comecamos a subir pelas ruelas estreitas e molhadas até a chegarmos em frete à igreja. Uma das torres em restauracao, claro, só para estragar as fotos, mas é assim mesmo. Prédios seculares precisam ser preservados. A Münster comecou a ser construída em 1019 e as obras foram concluídas em 1500. Estilo Românico e Gótico, o prédio abriga o túmulo de Erasmus de Roterda. Atrás da igreja há um terraco com vista para o rio Reno e para a Pequena Basel. Linda a vista. Após conhecermos o interior da catedral voltamos ao centro de Basel para comermos alguma coisa.

Entramos num Mc Donald's para nao perdermos muito tempo, mas o preco era um absurdo. Saímos e procuramos outra coisa para comer. "Morremos" num restaurante turco, menos caro mas rápido também. Após comermos tínhamos que decidir em qual museu iríamos. Bom, uma vez que estávamos lá para conhercer a cidade, nada mais lógico do que irmos visitar o museu que conta a história de Basel. Por sorte minha o museu era próximo da onde estávamos, uma vez que eu nao estava me sentindo bem (a Yufka do turco me estragou!). Entramos no museu e corri logo para o banheiro para me aliviar. O assento da privada era auto-limpante. Quando abri a tampa da privada, veio uma "maozinha" de plástico com desinfetante que se encaixou no assento e o mesmo comecou a girar. Eu ali, em pé, vendo aquela "maravilha de outro mundo", com as pernas comprimidas uma contra a outra, dando pulinhos e falando com o objeto "Vai logo! Limpa logo! Deu, deu deu! Está bom assim!". Depois do suador que enfreitei dentro do toilette, pois me tranquei na "casinha" vestindo sobretudo e chapéu e mais a calefacao do ambiente, saí de lá novo e bem disposto para conhecer a história da cidade.

Passamos mais de duas horas vendo objetos antigos, tesouros recuperados da Münster, tentando ler e entender a história das Guildas (associacoes profissionais surgidas na Idade Média) e seus Mestres, o desenvolvimento da cidade com as grandes indústrias químicas. Vimos também objetos de guerra, armas, lancas, escudos, armaduras, brasoes e as histórias das batalhas. Assistimos um filme e vimos as pinturas do muro que retrata a Danca da Morte, pintado em 1440, após uma epidemia em Basel. A pintura retrata a morte, em forma de um esqueleto, dancando com um rei, uma rainha, uma mulher bonita, um homem comum, um burguês, um camponês, uma crianca, um bispo... ou seja, a morte danca com todas as pessoas, nao interessa se elas sao ricas, pobres, nobres, da igreja ou da realeza, homens, mulheres ou criancas. A morte chega para todos e ninguém escapa. Esse mural foi destruído no início do século XIX.

Saímos do museu e cruzamos a ponte Wettseinbrücke de volta para a Pequena Basel para pegarmos o barco que atravessa o Reno para, novamente, irmos para a Grande Basel. O barco é preso a um cabo que vai de uma margem à outra e é levado apenas pela correnteza, muito forte, do rio. A travessia é rápida, mas muito legal. Descemos no pé da Catedral, junto ao rio, e subimos as escadas até o topo do morro onde está a igreja.

Ainda tínhamos Francos Suicos para gastar, pois perderíamos dinheiro no câmbio se trocássemos de novo para Euros. Decidimos ir a um supermercado para ver o que o mesmo nos oferecia em termos de chocolate. Fizemos a festa!

Uma das coisas que mais me chamou a atencao na cidade, foi que há poquíssimas sinaleiras. Mesmo em grandes cruzamentos de grandes avenidas. Os pedestres usam as faixas de seguranca e os canteiros entre as pistas e os motoristas o bom senso de parar quando há alguém atravessando e nada mais. Algumas vezes eu tinha medo de atravessar pois eu nao sabia mesmo se os carros parariam ou nao. Achei um pouco confuso, fiquei inseguro para cruzar as ruas.

Voltamos para a estacao caminhando na fina chuva e curtindo a cidade. A visita foi rápida, nao conhecemos tudo, claro, impossível em apenas um dia. O meu consolo é que se tropecarmos em Freiburg, caímos em Basel, logo, teremos outras oportunidades de voltarmos lá.

As fotos estao aqui ou no álbum de Basel, aí do lado direito.

Até mais!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

De Volta à Cidade do Fausto

Olá!

Hoje à tarde voltamos a Staufen.
Levei o Martim para conhecer a Cidade do Fausto.
Fomos presenteados com um dia lindo de sol, como se estivéssemos no verao. Céu claro, bem azul e 16°C.
Pegamos um trem até Bad Krozingen e depois um ônibus até Staufen.
É legal voltarmos aos lugares que já estivmos, pois sempre reparamos em coisas "novas", que das outras vezes nossas mentes nao captaram. Sempre há um ângulo diferente para batermos a "mesma" foto, há outros caminhos ou ruas para percorrer e lugares novos para visitarmos. Até pela questao climática valeu à pena ter voltado. No lugar das videiras carregadas de cachos de uvas e folhas que circundam o castelo, por exemplo, hoje pudemos ver apenas as estacas, os arames e as videiras peladas e secas, mas ainda dando um toque bonito à paisagem local.
Chegamos lá e fomos direto para as ruínas. Na primeira vez que eu fui lá, a bateria da máquina acabou na porta do castelo. Hoje nao. Hoje tiramos muitas fotos lá dentro.
Depois, descemos e fomos ao Innenstadt (centro da cidade) para que eu pudesse mostrar a casa onde viveu Fausto ao Martim.
Lembrei que as casas da cidade estao enfrentando sérios problemas estruturais, estao desmoronando, por conta de uma obra subterrâena da prefeitura. Entao, saí eu para catar as rachaduras nas fachadas das casas para poder mostrar para vocês. Até a casa do Fausto nao foi perdoada... na prefeitura, as rachaduras sao imensas e nao entendo como as pessoas ainda trabalham lá. Ainda, o museu da cidade é dentro da prefeitura, o que, para mim, é uma temeridade. Em muitas rachaduras foi colocado uma espécie de adesivo vermelho, imitando uma bandagem, com a frase "Staufen darf nicht zerbrechen!" ou "Staufen nao pode desmoronar/quebrar!".

As fotos estao no álbum Staufen (Winter 2011) ou aqui

Tschüss!